Lembro-me
de minhas peraltices, e percebo que não havia maldade nem malícia nelas; eram
apenas estripulias de quem estava descobrindo um mundo de possibilidades. (...)
Quando descobertos, éramos advertidos com sabedoria, bom senso e respeito, e,
principalmente, levados a refletir sobre nossas atitudes e também a viver as
conseqüências decorrentes com tolerância e responsabilidade.
Não
havia traumas maiores, mas ensinamentos morais por meio da reflexão de nossos
atos, (...)
Assim
se passou minha juventude, e percebo que nada foi mais útil a esse humilde
aprendiz do que os limites impostos pelos adultos de minha época.
Entristeço-me
ao ver jovens em tenra idade confrontando com desrespeito e insolência seus
pais, mestres (...).
Percebo
que o progresso material, como prioridade máxima da humanidade, acabou por
mudar de maneira desequilibrada os objetivos educacionais do planeta; o amor, o
respeito e a humildade, (...)
Vejo
em diversas ocasiões a compra de atitudes ao se corrigir uma criança –
negocia-se o bom comportamento (...).
Atos
falhos que antes eram esclarecidos e a respeito dos quais se faziam exigências;
compromissos comportamentais novos, que determinavam por modificar atitudes,
hoje são vistos como traumáticos ou abusivos (...)
A
educação, assunto tão sério e importante, perdeu a característica de educar um
indivíduo para a vida; e viver é, antes de mais nada, respeitar o mundo em que
caminhamos.
A
sociedade se perder em inúteis discussões sobre maneiras de educar e não
consegue entender nem mesmo o processo ético de se educar pelo exemplo. O que
vemos são cegos conduzindo cegos, (...).
O
educador perdeu a essência missionária, e o conceito profissional de apenas ser
uma maneira de ganhar seu sustento propaga ao redor a frustração, que apenas
alimenta a estagnação intelectual e moral; que só serve à permanência de
comunidades incapazes de agir e reagir, a fim de modificar a direção da própria
vida e, assim, caminhar para a verdadeira evolução.
(...)
devemos esclarecer que também encontramos irmãos abnegados e com salutares
propósitos de transformação, pessoal e social, onde a mente já possui
direcionamento ético, no exercício adorável da moralidade. Serão esses
missionários do amor, em busca da verdadeira justiça social, que farão parte
das égides de espíritos construtores da Nova Era.
Obra:
Comunidade Educacional das Trevas; Eliane Macarini/psicografado por Vinícius(Pedro
de Camargo)